domingo, 29 de novembro de 2009

Perdeu-se a venda e a espada

A imagem da justiça está à entrada dos tribunais, uma senhora de olhos vendados e com uma espada nas mãos, supostamente deveria ser imparcial e justa. Acontece que em Portugal, pelo que se tem visto, a justiça recuperou a visão e perdeu a espada, pois imparcialidade e justiça parece que não há.

O que é feito da justiça de que tanto se fala? Aquela que honra os inocentes e coloca os culpados no local devido? Aquela que trata todos como iguais, sem se importar com o cargo que ocupam ou o dinheiro que possuem? Parece que tirou férias, tal como a maioria dos portugueses.

Toda a gente é inocente até se provar o contrário. Essa é a máxima do Direito, mas no nosso país as coisas não se processam assim. Aqui as pessoas são condenadas em praça pública, mesmo sem serem julgadas.
Todas as pessoas são iguais aos olhos da lei, isto é o que ensinam na Faculdade de Direito. É o que acontece realmente? Ou a posição que ocupam na sociedade pesa na barra do Tribunal?

Um caso Freeport, que trata da suspeita de corrupção no licenciamento do outlet de Alcochete, faz correr rios de tinta na imprensa, na tentativa de saber qual o verdadeiro envolvimento do Primeiro-Ministro em todo o processo. A verdadeira intenção não deveria ser descobrir e punir os culpados, sejam eles quem forem? Enquanto isso não acontece, ainda há tempo para aqueles que estão envolvidos no processo virem a público tentar limpar a sua imagem e mandar umas acusações para o ar.

Ou então um Processo Face Oculta, que envolve novamente o nome de José Sócrates. Mais uma vez, aquilo que se pretende é conhecer o possível envolvimento do Primeiro-Ministro no favorecimento de grupos de comunicação social. Enquanto se tenta perceber se há culpados ou não, José Sócrates vem a público tentar, mais uma vez, defender a sua imagem. Desta vez, a questão centra-se num conjunto de escutas referentes a conversas que o Primeiro-Ministro terá tido com Armando Vara. A questão que se coloca é, qual seria o conteúdo de tais gravações? Mas ao que parece o interesse da opinião pública é saber se as gravações são legais e há quanto tempo estava o Primeiro-Ministro sob escuta. É tudo uma questão de prioridades, não de justiça.

O velho sentido da palavra justiça perdeu-se. Agora é mais importante saber quem do que o quê.
É a justiça que temos, sem venda, sem espada e sem os nobres valores de igualdade e imparcialidade.

Diana Ferreira

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

É isso *

"É só ter vontade, coragem e acreditar!"



conversas que valem por muito *