quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Crescer

"Não inventamos pretextos para nos adiarmos - essa é a única maturidade que alcançámos, a única que desejámos, felizes por termos conseguido manter intacta a ingenuidade e a capacidade de deslumbramento debaixo do fogo cerrado do cinismo que serve de ritual de passagem para a suposta idade madura. Envelhecer não significa necessariamente embrutecer - deixar de chorar desconsoladamente e de rir às gargalhadas, deixar de acreditar na força transfiguradora da paixão e na possibilidade de um mundo melhor, deixarmos de dizer o que pensamos e agir exactamente de acordo com isso. O corpo pode correr menos - mas abraça melhor, com mais vagar, porque em cada afago florescem todos os afagos anteriores, os reais e os sonhados."
Inês Pedrosa
Adoro*

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